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action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /home2/wayout88/public_html/wp-includes/functions.php on line 6114<\/p>\n
Tentar um atalho \u00e9 sempre um risco. Em diversas situa\u00e7\u00f5es corriqueiras, tentamos um atalho, isso n\u00e3o \u00e9 uma novidade para os seres humanos. Se podemos chegar ao mesmo lugar com menos esfor\u00e7o, n\u00e3o h\u00e1 nenhum motivo para escolhermos o caminho mais \u00e1rduo ou mais longo. Quase ningu\u00e9m tem prazer com o sofrimento, portanto podemos dizer que procurar atalhos \u00e9 a condi\u00e7\u00e3o natural de um ser humano: procuramos atalhos para enriquecer, tentamos atalhos para emagrecer, assim como buscamos atalhos para aprender uma l\u00edngua estrangeira como o alem\u00e3o.<\/span><\/p>\n \u00c9 tentador imaginar que podemos contornar uma quest\u00e3o gramatical problem\u00e1tica, que podemos evitar o estudo ou a aten\u00e7\u00e3o para aprender ou introduzir regras de uso de uma l\u00edngua. Sempre tentamos fazer compara\u00e7\u00f5es com nossa l\u00edngua materna focando no que \u00e9 igual, fazendo compara\u00e7\u00f5es que teoricamente nos ajudariam a dominar um ou outro ponto da gram\u00e1tica. Seria muito bom se as l\u00ednguas tivessem uma correspond\u00eancia t\u00e3o direta entre uma e outra, n\u00e3o sei se exatamente bom, mas pelo menos facilitaria a vida de quem deseja aprender outra l\u00edngua. Contudo, a realidade n\u00e3o \u00e9 esta.\u00a0<\/span><\/p>\n No aprendizado e ensino de l\u00ednguas, os atalhos geralmente levam a desastres e \u00e0 perda de tempo. Quando uma quest\u00e3o \u00e9 espinhosa, o pior que um aluno ou um professor pode fazer \u00e9 evitar tal quest\u00e3o ou tentar simplific\u00e1-la com perdas quanto \u00e0 defini\u00e7\u00e3o correta ou quanto ao uso correto. Simplificar n\u00e3o \u00e9 ruim, mas criar uma defini\u00e7\u00e3o simples que n\u00e3o tenha correspond\u00eancia com a realidade ou que n\u00e3o se aplique nas situa\u00e7\u00f5es em que deveriam se aplicar n\u00e3o facilitar\u00e1 o trabalho, apenas piorar\u00e1 a situa\u00e7\u00e3o, pois o aluno termina por memorizar uma regra que n\u00e3o existe, que n\u00e3o se aplica. De nada adianta memorizar uma regra simples se ela n\u00e3o \u00e9 efetiva. Esclarecer \u00e9 muito mais relevante que simplificar.<\/span><\/p>\n O melhor que os atores envolvidos – professores e alunos – podem fazer \u00e9 tentar explicar com clareza como funciona a l\u00edngua-alvo e como funciona a l\u00edngua nativa do aluno. Essa compara\u00e7\u00e3o deve ser feita com muitos exemplos, e o aluno tamb\u00e9m deve ser estimulado a fazer suas pr\u00f3prias frases, ajudando na interioriza\u00e7\u00e3o dessas novas estruturas. Essa compara\u00e7\u00e3o que deve ser feita pelo professor, focando nas distin\u00e7\u00f5es, \u00e9 extremamente valiosa, pois chama a aten\u00e7\u00e3o para o fato de que naquele ponto em espec\u00edfico o erro \u00e9 previs\u00edvel ou prov\u00e1vel. O erro \u00e9 previs\u00edvel ou prov\u00e1vel porque estamos diante de uma situa\u00e7\u00e3o em que a l\u00edngua a ser aprendida usa uma divis\u00e3o do campo sem\u00e2ntico ou uma estrutura gramatical distinta da l\u00edngua nativa do aluno, que \u00e9 l\u00edngua que servir\u00e1 de base, caso a nova regra n\u00e3o seja aprendida.\u00a0<\/span><\/p>\n Vejamos alguns erros comuns cometidos por brasileiros ao falar alem\u00e3o. A primeira frase \u00e9 a frase errada, a segunda seria como um falante nativo do alem\u00e3o usaria os elementos da ora\u00e7\u00e3o.<\/span><\/p>\n (errado) Ich <\/span>m\u00f6chte<\/span> studieren in Deutschland n\u00e4chstes Jahr<\/span><\/span><\/p>\n (certo) Ich m\u00f6chte n\u00e4chstes Jahr in Deutschland studieren\u00a0<\/span><\/p>\n (errado) Ich lerne Deutsch jeden Tag, weil ich will wohnen in Deutschland n\u00e4chstes Jahr<\/span><\/p>\n (certo) Ich lerne jeden Tag Deutsch, weil ich n\u00e4chstes Jahr in Deutschland wohnen will<\/span><\/p>\n Tenho visto esses erros recorrentemente nos alunos que me procuram com algum conhecimento pr\u00e9vio do alem\u00e3o. Nem considerei os erros de declina\u00e7\u00e3o nos exemplos dados para n\u00e3o poluir nosso foco, mas estes geralmente v\u00eam tamb\u00e9m. Vamos prestar aten\u00e7\u00e3o apenas nos erros prov\u00e1veis quanto \u00e0 ordem das palavras. Podemos observar que os erros cometidos s\u00e3o previs\u00edveis, eles espelham a ordem de palavras do portugu\u00eas. A ordem entre os tipos de adv\u00e9rbio, a ordem entre objeto e adv\u00e9rbio, a posi\u00e7\u00e3o do verbo na ora\u00e7\u00e3o subordinada, tudo est\u00e1 conforme o portugu\u00eas. O alem\u00e3o tem uma sintaxe muito distinta da do portugu\u00eas, por isso o aluno que tenta aprender alem\u00e3o ignorando esse tema n\u00e3o chega muito longe. Vamos refletir um pouco sobre o ingl\u00eas, com as mesmas frases acima. Todas as senten\u00e7as est\u00e3o corretas:<\/span><\/p>\n <\/p>\n Eu <\/span>gostaria<\/b> de <\/span>estudar<\/span> <\/b>na Alemanha no pr\u00f3ximo ano<\/span><\/span><\/p>\n I <\/span>would like<\/b> to study<\/b><\/span> in Germany next year<\/span><\/span><\/p>\n <\/p>\n Ich <\/span>m\u00f6chte<\/b> n\u00e4chstes Jahr in Deutschland <\/span>studieren\u00a0<\/b><\/span><\/span><\/p>\n Eu estudo alem\u00e3o todos os dias porque eu <\/span>quero <\/b>morar<\/b> <\/span>na Alemanha no pr\u00f3ximo ano<\/span><\/span><\/p>\n <\/p>\n I learn German everyday, because I <\/span>want <\/b>to live<\/b><\/span> in Germany next year<\/span><\/span><\/p>\n Ich lerne jeden Tag Deutsch, weil ich n\u00e4chstes Jahr in Deutschland <\/span>wohnen<\/span> <\/b>will<\/b><\/span><\/p>\n <\/p>\n No primeiro exemplo, podemos observar claramente que o ingl\u00eas tem uma sintaxe muito pr\u00f3xima da nossa. A posi\u00e7\u00e3o do verbo \u201cestudar\u201d\/\u201cto study\u201d s\u00e3o as mesmas, logo ap\u00f3s o verbo modal. O alem\u00e3o coloca o verbo principal l\u00e1 no final da ora\u00e7\u00e3o. A posi\u00e7\u00e3o entre os adv\u00e9rbios tamb\u00e9m \u00e9 a mesma, com o portugu\u00eas e o ingl\u00eas colocando o adv\u00e9rbio de lugar antes e depois o de tempo, enquanto o alem\u00e3o coloca o de tempo antes para s\u00f3 depois colocar o de lugar.\u00a0<\/span><\/span><\/p>\n No segundo exemplo, podemos observar mais uma vez o quanto ordem das palavras do ingl\u00eas \u00e9 pr\u00f3xima da do portugu\u00eas. Na ora\u00e7\u00e3o subordinada encabe\u00e7ada pelas conjun\u00e7\u00f5es \u201cporque\u201d e \u201cbecause\u201d, n\u00e3o h\u00e1 nenhuma mudan\u00e7a na ordem das palavras. No alem\u00e3o, temos uma mudan\u00e7a: o verbo da segunda posi\u00e7\u00e3o, que aqui \u00e9 o verbo modal, \u00e9 lan\u00e7ado para o fim da ora\u00e7\u00e3o, colocado ap\u00f3s o verbo principal que j\u00e1 estava naturalmente no fim. Al\u00e9m dessa quest\u00e3o, podemos observar que tanto o portugu\u00eas quanto o ingl\u00eas t\u00eam as mesmas posi\u00e7\u00f5es para o objeto \u201calem\u00e3o\u201d\/\u201cGerman\u201d e o adv\u00e9rbio \u201ctodos os dias\u201d\/\u201ceveryday\u201d.\u00a0<\/span><\/p>\n Conclu\u00edmos que, ao estudar alem\u00e3o, o aluno precisa dedicar parte de seu tempo para estudar essas regras de posi\u00e7\u00e3o e produzir frases pensando nessas regras ao ponto de automatizar essa nova estrutura que \u00e9 diferente da estrutura de nossa l\u00edngua nativa. Precisamos estar constantemente produzindo frases em alem\u00e3o, refletindo sobre essas quest\u00f5es, at\u00e9 que o c\u00e9rebro entenda ou interiorize que, ao usar o vocabul\u00e1rio do alem\u00e3o, as regras de uso ou de posi\u00e7\u00e3o s\u00e3o outras. Essa interioriza\u00e7\u00e3o leva um tempo e precisa de dedica\u00e7\u00e3o e uma boa orienta\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m, mas ela \u00e9 completamente alcan\u00e7\u00e1vel, inclusive em pouco tempo, se a orienta\u00e7\u00e3o for bem feita e o aluno estiver disposto tanto a aprender essas regras quanto a praticar com exerc\u00edcios semanais focados nessas dificuldades previs\u00edveis, mas evit\u00e1veis.\u00a0 \u00a0 \u00a0<\/span> <\/span><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Tentar um atalho \u00e9 sempre um risco. Em diversas situa\u00e7\u00f5es corriqueiras, tentamos um atalho, isso n\u00e3o \u00e9 uma novidade para os seres humanos. 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