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Vocabulário em inglês: Importância para a fluência e como estudar

Vocabulário em inglês: Importância para a fluência e como estudar

 

A seção fundamentos é uma seção de artigos em que apresentamos os fundamentos de como aprender uma língua estrangeira de forma eficiente quando somos adultos, ou seja, quando não estamos mais na chamada fase de aquisição de linguagem, que é uma fase típica da primeira infância. Quando se é adulto, ter consciência desses fundamentos ajudará em um processo de aprendizado mais eficiente e de maior qualidade. Esses artigos buscam ajudar nosso público a aprender a como aprender uma língua estrangeira sem a necessidade de levar anos a fio para se atingir um nível avançado em uma língua estrangeira. 

 

Importância do vocabulário para a fluência

 

Por que é importante ter um vocabulário amplo? E como devemos estudar o vocabulário do inglês? A primeira pergunta parece óbvia, mas muitos ainda não entendem exatamente a importância de ter um vocabulário amplo na língua estrangeira que se pretende falar. Cabe um parêntesis importante aqui. O nível de importância do vocabulário vai depender, em grande medida, do objetivo do aluno com a língua. Se for para fazer turismo, talvez um léxico de 2 mil palavras seja bem suficiente. Se for para fazer um intercâmbio em uma universidade, obviamente não. Se for para trabalhar em empregos em que você só precisa se comunicar na língua estrangeira de vez em quando, talvez um léxico de 5 mil palavras seja suficiente. Se for para trabalhar em equipe em cargos técnicos de grandes empresas, talvez seja necessário obter um léxico ativo de cerca de 10 mil palavras.

Quanto maior a necessidade de interação com outros seres humanos, quanto mais técnico for o objetivo do aluno, maior a importância de ter um vocabulário amplo e diversificado. Claro que podemos usar sinônimos ou mesmo falar com outras palavras o que gostaríamos de expressar. Contudo, embora possamos controlar nosso inglês, não podemos controlar o inglês do outro. Até podemos expressar com outras palavras, mas não podemos escolher as palavras que serão utilizadas pelo outro. Ou seja, um vocabulário limitado pode afetar não apenas sua capacidade de se expressar, mas também sua capacidade de entender as pessoas com que você precisa falar em seu dia a dia. 

 

Vocabulário em inglês: Importância para a fluência e como estudar
Para saber quanto vocabulário você precisa, é necessário que você saiba seus objetivos para com a língua alvo

 

Outro aspecto relevante é a questão da fluência da fala. Quando nos falta vocabulário, tendemos a fazer pausas maiores na fala, que podem gerar desconforto para quem está conversando com a gente. Quando pensamos na palavra “amarelo”, rapidamente vem “yellow” à mente. Quando pensamos em “pai”, “father” surge automaticamente. Contudo, quando pensamos em palavras mais gramaticais como “não obstante” ou “embora”, pode ser que nosso cérebro hesite um pouco antes de encontrar “notwithstanding” ou “although”. Quando pensamos em uma parte do corpo como “cabeça” e “coração”, rapidamente vêm “head” e “heart” à mente. Quando pensamos em “rim” e “pulmão”, pode ser que o cérebro demore um tanto antes de encontrar “kidney” e “lung”. Como adquirir e automatizar este vocabulário que causa mais dificuldade? Por que temos mais facilidade com algumas palavras e menos com outras?

 

Dificuldades com o Campo Semântico e Expressões Idiomáticas

 

Outro ponto relevante diz respeito ao campo semântico das palavras. O português é uma língua mais polissêmica que o inglês. Isso significa que o campo semântico de nossas palavras tende a ser mais amplo. Uma palavra em português tem um sentido tão amplo, que muitas vezes precisamos de duas ou três palavras em inglês, cada uma usada em um dos sentidos da palavra em português. Por exemplo, vamos pensar na palavra “explorar”. Ela pode ser empregada em diferentes contextos semânticos. Em português, ela pode ser empregada não só no sentido de “usar” recursos naturais, mas também no sentido de “conhecer/descobrir” um lugar. Em inglês, cada um desses sentidos é expresso com uma palavra diferente. Para o primeiro sentido, usamos “to exploit”. Para o segundo, utilizamos “to explore”. Vejamos os seguintes exemplos:

 

The companies which exploit oil in the Arctic need to have specific technologies.

As companhias que exploram petróleo no Ártico precisam ter tecnologias específicas.

 

Vocabulário em inglês: Importância para a fluência e como estudar

 

I want to explore new places

Eu quero explorar novos lugares

Vocabulário em inglês: Importância para a fluência e como estudar

 

Para mais exemplos de frases utilizando esses dois verbos, você pode acessar o dicionário online da Cambridge. Por exemplo, se você procurar por “explore” ou por “exploit“, você verá mais explosão de usos dessas palavras. Quanto mais exemplos vermos, mais conseguimos internalizar a semântica e os usos do vocabulário em inglês que estamos estudando. No momento de escrito deste artigo, alguns dos exemplos encontrado foram os seguintes: “The best way to explore the countryside is on foot.; “We need to make sure that we exploit our resources as fully as possible.

Analogamente, o verbo “esperar” pode significar “ter esperança” ou “ficar parado em algum lugar”, sentidos para os quais o inglês usaria “to hope” e “to wait”, respectivamente. Para expressar o que expressamos com o verbo “perder”, em algumas situações, precisamos usar o verbo “to lose”, mas em outras precisamos usar o verbo “to miss”. É imprescindível reconhecer essa polissemia do português e prestar atenção no uso e nos limites semânticos das palavras que estamos aprendendo, do contrário cometeremos erros de vocabulario que podem prejudicar a comunicação. Os professores também precisam estar atentos a estes detalhes ao ensinar o uso dos vocabulários. 

Esses detalhes semânticos são raramente adquiridos apenas por imersão após a fase de aquisição de linguagem da primeira infância. Embora não seja tecnicamente impossível a aquisição de um ou outro campo semântico de novas palavras por adultos, estas pequenas aquisições não são em número relevante a ponto de uma metodologia apoiada apenas na imersão ser eficiente. O número de aquisições pontuais também não é suficiente para atingir o nível de excelência e qualidade que o mercado exige de nossos alunos. Nossa metodologia traz esses detalhes para os alunos de forma sistemática, porque entendemos que isso trará qualidade e rapidez para o processo de aprendizagem. 

Além dos campos semânticos do vocabulário que estamos estudando, precisamos dispensar uma atenção especial para as expressões idiomáticas, ditados populares e metáforas que usamos em cada língua. Muitas dessas expressões contêm uma história e aspectos culturais inerentes a um povo, de modo que não podemos traduzir essas expressões palavra por palavra. Por exemplo, a expressão “separar o joio do trigo” teria como equivalente em inglês a expressão “to separate the sheep from the goats” (literalmente, “separar as ovelhas das cabras”). Enquanto em inglês usamos a expressão “it’s raining cats and dogs” (literalmente, “está chovendo gatos e cachorros”), usamos em português a expressão “está chovendo canivete” ou “está caindo um pé-d’água”. Em português, temos a expressão “matar dois coelhos com uma cajadada só”, enquanto em inglês falamos “to kill two birds with one stone” (literalmente, “matar dois pássaros com uma pedra”). O ditado popular “Deus ajuda quem cedo madruga” tem como equivalente em inglês o ditado “the early bird catches the worm” (literalmente, “o pássaro que acorda cedo pega a minhoca”). A metáfora “Eu estou dividido entre x e y”, usada para expressar dificuldade para escolher uma entre duas opções, seria equivalente à metáfora “I’m torn between x and y” (literalmente, “Eu estou rasgado entre x e y”).

O aluno precisa ter consciência de quando o que quer expressar é uma espécie de metáfora, expressão idiomática ou mesmo ditado popular. Essas expressões quase nunca podem ser traduzidas literalmente. Os professores precisam chamar atenção para esses detalhes e ensinar algumas expressões, sobretudo para os alunos intermediários e avançados. Todos esses detalhes ajudam a internalizar o vocabulário do inglês de forma adequada e eficiente.

 

Técnicas de memorização

 

Primeiramente, o aluno precisa ler e escrever com frequência. Para automatizar um vocabulário em inglês que não surge tão automaticamente em nossas mentes, precisamos usar aquela palavra com alguma frequência até que nosso cérebro naturalize aquele conceito e faça as associações semânticas corretas. A facilidade que temos com algumas palavras surge pela frequência de uso. Quando estamos lidando com uma palavra ou um conceito com frequência, por meio da leitura, da escrita ou da fala, a tendência é a naturalização e automatização dessa palavra e de seu emprego.  

Para ampliarmos nosso vocabulário em inglês, tanto a leitura quanto a escrita precisam ser diversas, não podemos nos viciar em um único tema. Só ler sobre um determinado tema é um dos motivos para a limitação do vocabulário. Durante este período de formação, mais ou menos semelhante ao período de formação que passamos na escola durante a infância e adolescência, não podemos escolher temas só de nosso interesse. Precisamos ouvir, ler, escrever e falar sobre diferentes assuntos de diferentes áreas do conhecimento. 

Esta capacidade é importantíssima para atingir boas notas em testes para fazer intercâmbio nas universidades estrangeiras, por exemplo. Em testes como o TOEFL IBT, TOEFL ITP, IELTS, CAE, GRE, GMAT, entre outros, há vocabulário em inglês de diversas áreas do conhecimento. Para o aluno obter boas notas, é necessário o domínio de um vocabulário não só amplo, mas também diverso.

Essa primeira dica, ler e escrever com frequência, precisa ser melhor explicada. A leitura deve ser feita com paciência. Devemos ir ao dicionário buscar as palavras que não conhecemos e ler frases em que elas estão sendo utilizadas. Não é suficiente ler uma tradução e pronto: como o português é uma língua polissêmica, a probabilidade de não conseguirmos aplicar aquela nova palavra nos contextos corretos é relativamente alta. Por isso, ler uma tradução não é suficiente, precisamos ler exemplos de uso, precisamos analisar os contextos em que uma determinada palavra pode ser empregada, para que nosso cérebro interiorize seu significado e também seu uso. Esta interiorização vai determinar a velocidade com que acionamos este vocabulário: quanto mais interiorizada for uma palavra e quanto mais internalizado seus usos, mais rapidamente conseguimos acionar esta palavra. 

Ao ler um texto, tentar adivinhar o significado de um vocabulário em inglês pode não ser uma boa estratégia. A difusão dessa “técnica” é baseada na hipótese de que, se quando éramos criança não tivemos que traduzir nada nem ler exemplos sistemáticos de usos, então podemos aos poucos, só pela leitura recorrente, chegar ao significado e ao uso das palavras. Há um erro crucial neste tipo de raciocínio: não somos mais crianças e é bastante intuitivo e comprovado cientificamente que o cérebro de uma criança é capaz de adquirir semântica e gramática sem que ninguém exatamente ensine essas regras de forma sistemática, mas esta fase de aquisição de linguagem tem um tempo para acabar e adultos não são capazes de repetir esse processo. Todos nós temos a intuição de que as crianças são especiais neste sentido. 

 

É possível adquirir uma língua só por imersão? 

 

É um pensamento amplamente difundido, embora não as evidências apontem para o contrário, de que as crianças são “máquinas de repetição” do que dizemos. Isso é um engano. Se as crianças repetissem frases que elas estão ouvindo, elas jamais cometeriam erros do tipo “eu sabo”, “o passarinho está morrido”, “mamãe dizeu que…”, “o vizinho está barulhando”, “ela ela veu que…”, e todos esses erros típicos da primeira infância. Como explicar que uma criança está cometendo esses erros, tendo em vista que nenhum adulto ao redor dela está falando desta maneira? Claramente, ela não está repetindo nenhum adulto ao produzir essas frases. E mais, como explicar que esses erros mostram que elas, de forma intuitiva, estão, na verdade, aplicando regras gramaticais gerais, já que “morrido” seria a forma regular do particípio passado do verbo “morrer” e “dizeu” seria o pretérito regular do verbo “dizer”? Como explicar que esses erros sempre vão em direção da aplicação de regras gerais da gramática, sendo que ninguém está ensinando gramática para uma criança de 4 ou 5 anos? A explicação é simples, embora surpreendente: as crianças não são máquinas de repetição, elas são máquinas de aquisição de gramática. Isso mesmo, as crianças adquirem gramática apenas por imersão. Utilizamos a palavra “aquisição”, e não “aprendizado”, já que ninguém está ensinando essas regras para uma criança na primeira infância.

A gramática, inclusive, é o que nos diferencia dos outros animais e dos demais seres vivos. Isso porque mesmo uma bactéria tem um sistema de comunicação. Golfinhos, cachorros, capivaras, abelhas, árvores, fungos, etc. também têm um sistema de comunicação. Todos os animais e mesmo os demais seres vivos têm um sistema de comunicação. Contudo, o sistema de comunicação dos demais animais é baseado na repetição de um conjunto finito de “sentenças”. Nós, seres humanos, graças à aquisição da gramática, temos um sistema de comunicação que vai ao infinitivo. Na primeira infância, ao invés de termos memorizado e repetido um conjunto de frases prontas, fomos capazes de adquirir um sistema gramatical que nos permite criar infinitas frases inteligíveis. Graças à gramática, não estamos condenados a repetir o que nossos pais nos disseram. Isso é uma dádiva, pois se tivéssemos condenados a isso, seria um verdadeiro pesadelo, não é mesmo? 

Quando uma metodologia diz que “devemos aprender como uma criança, ou seja, pela repetição”, esse sistema metodológico está essencialmente incorrendo em 3 erros: 1) uma criança não aprende, o processo é de aquisição; 2) uma criança não repete frases prontas, elas são capazes de criar suas próprias frases; 3) mesmo que quiséssemos, não conseguiríamos repetir esse processo na fase adulta, porque o cérebro humano é fisiologicamente distinto nesta fase (só um dado: nascemos com 100 bilhões de neurônios, mas, após um processo chamado “poda neural”, que ocorre de forma intensa na primeira infância, esse número é reduzido para 20 bilhões). Como poderíamos repetir o processo de uma criança, se nosso cérebro é fisiologicamente distinto? Isso não é possível. Não estamos falando de uma questão de “mindset”, estamos falando de uma questão biológica.

A fase de aquisição de linguagem tem um fim, tem um momento para acabar. É algo biológico, não temos controle disso, nem há nada comprovado que possa ao menos alongar esta fase. A data de término varia de pessoa para pessoa, mas ela sempre chega. Há estudos que mostram que a idade média em que a capacidade de aquisição começa a ser reduzida de forma sistemática é em torno dos 7-10 anos.

Como explicamos acima, a capacidade de aquisição de gramática em uma determinada época é algo que nos diferencia como espécie: enquanto os outros animais que mantêm uma comunicação entre si memorizam um sistema finito de expressões por meio da memorização de um determinado número de comandos ou códigos que contêm alguma informação, os seres humanos são capazes de adquirir um sistema gramatical que permite criar inclusive frases novas e comunicar ideias novas nunca ditas antes. Não memorizamos simplesmente um conjunto de comandos, somos capazes de expressar ideias e sentimentos complexos por meio de expressões que podem nunca ter sido usadas antes, mas contêm sentido e podem ser usadas para manter uma comunicação.  

Embora os adultos não sejam capazes de adquirir uma língua, todos nós somos capazes de aprender e internalizar uma nova língua, novas estruturas, novos campos semânticos, etc. Contudo, o processo é completamente distinto, estamos falando de um processo consciente de aprendizado. Para aprendermos, teremos que estudar, não necessariamente em uma sala de aula ou em um curso formal. Não funciona mais como funciona para uma criança, o cérebro de um adulto é muito distinto neste ponto. As crianças têm uma “máquina de aquisição” na caixa craniana, enquanto nós, adultos, temos uma “máquina de aprendizado”. Se tentarmos adquirir uma língua com uma máquina de aprendizado poderosa, vamos falhar, mas não porque temos uma dificuldade natural em aprendermos línguas quando nos tornamos adultos, mas porque estamos tentando utilizar a máquina de forma inadequada. 

 

Voltando à questão do vocabulário

 

Como temos uma máquina de aprendizado, tentar adquirir vocabulário em inglês pela simples imersão, ou seja, tentar adquirir a semântica das palavras só a partir da leitura, não é uma técnica eficiente. Analogamente, tentar adquirir “present perfect” apenas por imersão e sentimento, também não é uma técnica eficiente. 

Para os alunos mais céticos, costumamos fazer um desafio muito simples. Primeiro, o aluno deve escolher um texto de um jornal, por exemplo. Ao ler o texto e se deparar com palavras cujo significado seja desconhecido, o aluno deve primeiro tentar adivinhar o significado para depois ir ao dicionário conferir se o chute foi razoável. Depois vamos calcular a taxa de acerto. Muito provável que ela não chegue aos 25%, deve variar entre 0% e 15% para a maioria de nós. Essa taxa não é nem um pouco razoável e não vai nos ajudar a ampliar o vocabulário ativo no longo prazo. Embora seja trabalhoso parar uma leitura para consultar um dicionário e ler exemplos de uso de uma nova palavra, este exercício é vital para a ampliação efetiva do vocabulário por um adulto. 

Outro ponto relevante na memorização e internalização do vocabulário em inglês é que precisamos ampliar o vocabulário de forma ativa, não apenas passiva. O que isso significa? Isso significa que precisamos construir frases com as palavras recém-aprendidas ou mesmo mini-textos em que elas são aplicadas. Se só traduzimos uma palavra, a taxa de absorção é uma. Se traduzimos e lemos exemplos de bons dicionários, a taxa já vai ser maior. Contudo, a maior taxa de absorção e memorização ocorre quando utilizamos ativamente a palavra recém-aprendida, sobretudo se este uso for feito de forma periódica pelas semanas seguintes após o aprendizado. Essa prática controlada é essencial para uma internalização e automatização de novas palavras ou até mesmo de novas estruturas.

Este esforço mental de criar uma sentença, de escrever algo, de falar algo com um vocabulário recém-aprendido, pode parecer uma perda de tempo no início, mas no fim vai ser determinante na taxa de absorção e no sucesso do aluno. De nada adianta vermos o significado de 200 palavras por semana, se nossa taxa de absorção é de 10%. Melhor seria se estivéssemos estudando o significado de 100 palavras por semana, produzindo frases para cada uma delas, mas com uma taxa de absorção de 50%, por exemplo. 

Para ajudar neste processo de memorização e interiorização do vocabulário em inglês, recomendamos criar listas temporárias de palavras recém-aprendidas e criar frases para estes vocábulos de tempos em tempos, por exemplo uma vez por semana. Uma vez a cada 3-4 meses, o aluno precisa renovar a lista, tirar as palavras interiorizadas e incluir novas que ainda não foram internalizadas. Podemos deixar um espaço em branco no lado esquerdo da lista de palavras a serem memorizadas. Quando não lembramos do significado, colocamos um asterisco. Quando lembramos, apagamos um asterisco. Devemos repetir este processo toda vez que a lista for estudada, digamos uma vez por semana. 

Ao fim de 3 meses, se fizermos este exercício uma vez por semana, o ciclo será de 12 vezes, aproximadamente. Ao fim de um ciclo de estudo, já saberemos identificar qual vocabulário em inglês já foi automatizado e quais palavras ainda não foram. As que estiverem sem asterisco foram muito provavelmente interiorizadas. Quanto mais asteriscos houver, mais problemas estamos tendo para memorizar o significado de determinada palavra. Estas dicas de memorização podem ajudar a encurtar o caminho da fluência. Com técnica e metodologia, podemos potencializar nosso esforço, trazendo eficiência para nosso aprendizado.

Uma primeira lista pode conter as 200-300 palavras que você julgue importantes para seu objetivo e que você ainda não interiorizou. Se a lista for grande, não é necessário fazer uma nova frase para cada palavra todas as semanas. Podemos escolher algumas para fazer novas frases e outras para ler as frases que já foram feitas, que é um trabalho que requer menos tempo, mas ainda assim estimulará o cérebro a memorizar. A cada ciclo de 3-4 meses, a lista precisa ser renovada, com a exclusão das palavras que já tenham sido interiorizadas e a inclusão de novas palavras. 

Quando produzimos nossas próprias frases, utilizando estruturas, palavras ou combinações de palavras previamente estudadas, a tendência do nosso cérebro é internalizar esse vocabulário em inglês ou a estrutura gramatical da língua e passar a utilizar esse vocabulário ou mesmo estrutura gramatical de forma automática no ato de fala ou de escrita. É importante lembrar que não devemos repetir frases prontas, isso é improdutivo e não vai ao encontro de como nosso cérebro funciona, devemos repetir estruturas ou combinações prontas, mas criando nossas próprias frases. Esse é exatamente o processo pelo qual uma criança consegue adquirir uma língua, pela repetição de padrões identificados, e não pela repetição de frases inteiras. A única diferença é que a criança é capaz de identificar esses padrões de forma natural e automática, já os adultos geralmente precisam de uma explicação desses padrões. O que há em comum é que a internalização desses padrões só ocorre pela prática, ou seja, pela produção de sentenças próprias em que aquela estrutura em questão está sendo utilizada de forma ativa. 

Essas técnicas parecem artificiais (de fato, são), e aumentar o vocabulário ativo de uma língua dessa maneira parece essencialmente diferente do processo de internalização de uma língua por uma criança (de fato, é). A questão é que o processo de aprendizado é diferente do processo de aquisição.  

 

Vocabulário em inglês: Importância para a fluência e como estudar
Sim, eu sei que escrever listas de palavras é um saco.  Mas façam isso, é muito eficiente!

 

O professor também desempenha um papel essencial nesse processo de internalização do vocabulário em inglês, de forma ampla e diversa. O professor precisa estimular seus alunos a formular sentenças próprias na língua estrangeira e a usar um vocabulário amplo e diverso. É importante que o professor passe exercícios semanais com textos e vocabulário diversos, ajudando os alunos na memorização de palavras menos comuns e principalmente na automatização dessas palavras. Esta automatização é importante para que o aluno possa acionar este vocabulário tão rápido quanto acessa palavras como “yellow” ou “mother”. Esta rapidez será muito importante para a fluência e agilidade em se expressar em inglês.

Por todos esses aspectos, o estudo do vocabulário é um dos elementos centrais em qualquer metodologia que tenha como objetivo qualidade e eficiência. Ter acesso a um vocabulário amplo e saber como usar as palavras nos contextos apropriados é central para alcançar a fluência e envolve o estudo e o uso das palavras por parte dos alunos. Usar técnicas de memorização e internalização de um vocabulário novo, com a atenção devida aos usos e empregos das palavras, ajuda a trazer eficiência no processo de aprendizado.

Além do vocabulário em inglês, há outros temas relevantes que causam certa dificuldade, mas que precisam ser dominados, caso se queira falar inglês bem, como preposições, pronúncia, collocations, entre outros. Convidamos os leitores a ler os artigos escritos em que abordamos as principais dificuldades e como superá-las nesses temas específicos.

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