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Extra Collocations – Parte 3/5

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A seção Collocations é uma seção de artigos em que trazemos as combinações de palavras que são mais usuais em uma língua estrangeira e que costumam causar dificuldades para um falante nativo de outra língua, pois muitas dessas combinações se fazem de forma distinta na língua nativa do aluno. Isso explica por que muitos brasileiros têm dificuldades para utilizar combinações como “draw attention to…”, “bitterly cold”, “painfully shy”, etc. Para trazer mais eficiência para o aprendizado, apresentamos apenas as combinações que causam dificuldades para um brasileiro, já que não teremos dificuldade com toda e qualquer collocation, teremos dificuldades apenas com as combinações que são distintas de nossa língua nativa. 

 

Introdução

 

Como mencionamos no artigo Collocations em inglês: erros comuns, por que ocorrem e como estudar, a primeira pergunta que surge para a maioria dos nossos alunos é o que é collocation. Este assunto é tão negligenciado pela maioria dos métodos que muitos alunos nem sabem que existe este tópico. Há temas como “present perfect” e “passive voice”, que todos sabem que existem e que podem causar dificuldades. Já o tópico “collocation” é tão negligenciado que muitos nem sequer sabem do que se trata. 

De forma resumida, podemos definir collocation como uma combinação fixa de palavras, combinação esta que seria a preferida pelos falantes. Pode ser uma combinação entre verbo e substantivo. Pode ser uma combinação usual entre adjetivo e substantivo ou mesmo entre advérbio e adjetivo. 

Para falar bem um idioma, precisamos dominar as collocations da língua que estamos estudando. Collocation é um tópico relevante para qualquer aluno de nível intermediário e avançado. Além de ser útil para a comunicação fluida, este assunto é cobrado direta ou indiretamente nos principais testes de proficiência, como o TOEFL, IELTS, GRE, GMAT, etc, e há um motivo para isto: quando não dominamos a combinação correta, tendemos usar a combinação usada em nossa língua nativa, causando uma estranheza nas construções e nas sentenças.

Por que collocation geralmente causa dificuldade no contexto de aprendizado de uma língua estrangeira? Para entendermos como funciona uma collocation e por que motivo temos dificuldade com essas estruturas, vejamos alguns exemplos de frases com collocations em inglês:

 

I paid a visit to my parents last weekend.

Eu fiz uma visita aos meus pais no final de semana passado.

 

The author drew attention to the fact that Brazil is a developing country.

O autor chamou atenção para o fato de que o Brasil é um país em desenvolvimento.

 

The events lend support to the view that the dictator is violating the human rights of the population he rules.

Os eventos dão suporte para o ponto de vista de que o ditador está violando os direitos humanos da população que ele governa.

 

This scientist did/carried out groundbreaking research into the oceans decades ago.

Este cientista fez uma pesquisa inovadora sobre oceanos décadas atrás.

 

I had birthday yesterday.

Eu fiz aniversário ontem.

 

In her last book, she drew a distinction between science and religion.

Em seu último livro, ela fez uma distinção entre ciência e religião.

 

Last year, our company made huge profits from oil.

Ano passado, nossa companhia teve lucros enormes com petróleo.

 

É importante observar que também existem collocations de combinações entre adjetivos e substantivos, entre advérbios e adjetivos, etc. Por exemplo, quando queremos falar de um “banho rápido” falamos de um “quick shower”, como em “I need to take a quick shower”. A combinação “a fast shower” não soaria natural em inglês, ou seja, precisamos naturalizar a combinação “quick shower”. Em inglês, dizemos “bitterly cold”, literalmente “amargamente frio”, enquanto em português poderíamos dizer “terrivelmente frio”. Como nas expressões verbais, estas também são combinações fixas e corriqueiras na língua. Aprender collocation é aprender a usar as palavras exatas que os falantes nativos geralmente usam para expressar determinada ideia. Dominar a maneira mais usual de expressar uma ideia é essencial para manter uma conversa fluida e natural, por isso o ensino das collocations precisa ser feito de forma sistemática, para ajudar os alunos a se expressar de forma natural. Vejamos alguns exemplos de collocations com adjetivos, substantivos e advérbios:

 

It is bitterly cold.

Está extremamente frio.

 

I think he is bitterly disappointed at the result.

Eu acho que ele está extremamente desapontado com o resultado.

 

This scientist carried out a groundbreaking research into the oceans.

Este cientista fez uma pesquisa inovadora sobre os oceanos.

 

Are you an only child?

Você é filho único?

 

This book is deeply unimpressive.

Este livro é extremamente desinteressante.

 

That’s a big decision.

Esta é uma decisão importante.

 

Collocations mais comuns que causam dificuldade para brasileiros

 

Neste artigo, vamos trazer uma lista de collocations que trazem mais dificuldade para brasileiros, com foco nas combinações de palavras (collocations) que envolvem expressões fechadas em diferentes contextos semânticos não relacionados entre si. Por exemplo, para dizer “soltar um grito” em inglês, utilizamos a expressão “let out a scream”, que literalmente seria “expulsar um grito”. Portanto, eles usam o verbo “expulsar”, e não o verbo “soltar”, que seria “drop”. Neste exemplo em específico, teríamos a tendência natural de utilizarmos o verbo “drop” para este contexto, mas a expressão mais natural e usual seria “let out a scream”, e não “drop a scream”, daí a importância de atentarmos para essas combinações (collocations), se quisermos falar inglês de forma mais natural. A dificuldade com essas combinações aparece porque em muitas dessas expressões terminamos por utilizar uma combinação de palavras em inglês que não é exatamente a mesma em inglês. Portanto, como sempre, as combinações listadas aqui são combinações que geralmente causam dificuldade para um brasileiro que pretende falar inglês de forma fluente e natural ou chegar ao nível avançado nesta língua. 

Como se trata de um tema relevante e relativamente extenso, temos vários artigos que tratam de diferentes combinações, utilizadas em diferentes contextos. O mais importante para não se perder neste assunto e terminar diminuindo a eficiência de aprendizado é ter consciência de que não vamos ter dificuldade com toda e qualquer collocation. Portanto, é ineficiente tentar estudar um livro completo de collocation ou mesmo um dicionário de collocation. O mais eficiente é focar nossa atenção justamente nas combinações que causam dificuldades, que são aquelas que são distintas da nossa língua nativa. 

Na Inner Tree, prezamos pela eficiência e qualidade do ensino de línguas estrangeiras para adultos. Por isso, os cursos de prática que oferecemos a nossos alunos não são cópias de metodologias que têm por objetivo ensinar inglês para um público geral. Nossos cursos são desenhados para o público brasileiro, e os temas que trazemos, seja de gramática, pronúncia ou vocabulário, são todos temas relevantes para quem fala português como língua nativa e quer atingir o nível avançado em inglês. 

Abaixo segue uma lista parcial de collocations que costumam causar dificuldade para um falante nativo do português. Cada collocation vem acompanhada com um exemplo de uso para ajudar o leitor a entender em que contexto elas são utilizadas. Para internalizar essas collocations, é importante que o aluno faça suas próprias frases, e não que repita essas frases em específico à exaustão (para mais informação sobre por que as crianças não repetem os adultos, ler o artigoVocabulário em inglês: importância para a fluência e como estudar”)  

Quando produzimos nossas próprias frases, utilizando essas combinações que causam dificuldade, a tendência do nosso cérebro é internalizar essas combinações e passar a utilizá-las de forma automática no ato de fala ou de escrita. Não devemos repetir frases prontas, devemos repetir estruturas ou combinações prontas, mas criando nossas próprias frases. Esse é exatamente o processo pelo qual uma criança consegue adquirir uma língua, pela repetição de padrões identificados, e não pela repetição de frases inteiras. A única diferença é que a criança é capaz de identificar esses padrões de forma natural e automática, já os adultos geralmente precisam de uma explicação desses padrões. O que há em comum é que a internalização desses padrões só ocorre pela prática, ou seja, pela produção de sentenças próprias em que aquela estrutura está sendo utilizada.

 

1. to carry your mobile/phone ⇒ levar (consigo) seu celular

Don’t forget to carry your phone!

Não se esqueça de levar seu celular!

 

2. to take clothes ⇒ levar (consigo) roupas 

Don’t forget to take warm clothes!

Não se esqueça de levar roupas de frio!

 

3. to play a trick ⇒ fazer uma pegadinha

He played a trick on me by hiding my wallet.

Ele fez uma pegadinha comigo escondendo minha carteira.

 

4. to throw a tantrum ⇒ fazer uma birra

My son threw a tantrum in the supermarket. 

Meu filho fez uma birra no supermercado.

 

5. close/distant relatives ⇒ parentes próximos/distantes

They are close/distant relatives.

Eles são parentes próximos/distantes.

 

6. to abide by the law [formal] ⇒ cumprir a lei

It’s important to abide by the law and all the government’s regulations. 

É importante cumprir a lei e todas as regulações governamentais.

 

7. to go on trial ⇒ ir a julgamento

He went on trial for complicity in the murder.

Ele foi a julgamento por cumplicidade no assassinato.

 

8. to carry out an investigation ⇒ conduzir uma investigação

The police carried out a thorough investigation of the case.

A polícia conduziu uma investigação completa do caso.

 

9. to comply with the regulations/norms ⇒ cumprir as normas

It was important to comply with all the regulations required by the government.

Foi importante cumprir todos os regulamentos exigidos pelo governo.

 

10. to spend (time) ⇒ passar/levar (tempo)

We spent two weeks in Africa.

Nós passamos duas semanas na África.

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