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Dativ oder Akkusativ? Eles são mesmo os objetos direto e indireto do português?

Dativ-oder-Akkusativ-Eles-sao-mesmo-os-objetos-direto-e-indireto-do-portugues

Introdução

 

A escolha do Dativ ou do Akkusativ gera muita dúvida em falantes de línguas como o português e espanhol. Este tema tem causado dificuldades mesmo em alunos que já estudaram alemão por anos. Após anos de estudo e aprendizado de vocabulário, muitos continuam a ter dúvidas sobre como usar essas declinações ou mesmo o que são declinações e para que elas servem. Este último cenário ainda não é o pior cenário: muitos abandonam completamente e decidem que podem falar alemão sem declinações, algo como “jogar a toalha” e “chutar o pau da barraca” ao mesmo tempo.

Infelizmente, a temática das declinações em alemão é muito mal ensinada e estudada, o que termina por gerar dúvidas e produzir estes efeitos em quem está aprendendo alemão. Muitos são ensinados, por exemplo, que o Dativ seria como nosso objeto indireto do português e o Akkusativ seria como nosso objeto direto. Este é um erro pedagógico grave por pelo menos dois motivos. 

O primeiro motivo é que esta comparação não é possível: o alemão tem três tipos de objeto (quatro tipos se incluirmos o Genitivobjekt, só usado agora na alta literatura), enquanto o português tem apenas dois tipos de objeto. O alemão tem o Dativobjekt, o Akkusativobjekt e o Präpositionalobjekt. O português tem o objeto indireto e o objeto direto. Não há como fazermos esta comparação entre o alemão e o português só por este fato númerico.

O segundo motivo é que esta comparação passa a mensagem para quem está estudando que é possível fazer uma comparação direta entre línguas que têm um sistema de declinações e línguas que não têm, sem a necessidade de entendermos a lógica por trás de um sistema de declinação. Infelizmente, isto também não é possível e só leva ao erro e confusão no médio e longo prazos.

Se quisermos estudar o alemão, que é uma língua declinada, precisamos entender o que é uma declinação e para que ela serve. Esta deve ser a pergunta primária. Temos que entender a lógica geral da declinação, para depois entrarmos no alemão e introduzirmos esta língua declinada em nossos cérebros, que agora já entende a lógica por trás de um sistema de declinação e qual sua utilidade na comunicação. Ao termos este entendimento prévio, o alemão será muito mais facilmente digerido, digamos assim.

Já afirmo de antemão que não será uma tarefa fácil interiorizar as regras de quando usar um dativo e de quanto usar um acusativo, pelo simples fato de antes termos que entender para que utilizamos declinações. De uma maneira geral, um sistema de declinações causará dificuldades para um falante nativo de uma língua que não tem um sistema análogo. O português não tem declinação, apenas resquícios de um sistema antigo proveniente do latim, mas o alemão tem um sistema de declinações até hoje, e isso nos causará dificuldades.

Antes de entrarmos propriamente no alemão, antes de tentarmos entender quando devemos usar um Dativ ou um Akkusativ, devemos tentar “pegar o espírito da coisa”, precisamos entender o que é um sistema de declinação e para que ele serve. Há diversas línguas com um sistema robusto de declinação, como o alemão, o russo, o húngaro, o finlandês, o islandês, latim clássico, grego clássico, sânscrito, etc. A própria língua proto-indo-europeia, a língua ancestral hipotética da grande maioria das línguas europeias, era uma língua com um sistema de declinação. O português tem resquícios de declinação, com forte tendência de perdê-la ao longo do tempo, mostrando que nossa língua é proveniente de uma língua com declinações.

Para exemplificar o que é uma declinação, vamos analisar alguns exemplos do português mesmo. Vejamos estas frases:

 

Eu vi seu pai ontem no shopping

Seu pai me viu ontem no shopping

 

Ele não gosta de mim

Ele quer viajar para a Alemanha só no próximo ano

 

Eu vi ele no parque ontem / Eu o vi no parque ontem

Todos estão falando sobre ele

 

Todos nós queremos modernizar o Brasil

Eles nos enviaram uma proposta razoável

Eles não gostam de nós

 

No primeiro trio de exemplos, podemos observar as diferentes formas para a primeira pessoa do singular. Quando o pronome de primeira pessoa do singular é o sujeito da oração, usamos a forma “eu”. Quando ele se torna objeto direto, passamos a usar a forma “me”. Se ele for um objeto precedido de preposição, usamos a forma “mim”. Essas seriam as declinações desse pronome pessoal, herança das formas “ego”, “mē” e “mihi” do latim clássico, que seriam o nominativo, o acusativo e o dativo. No latim, ainda teríamos as formas “meī” e “mē”, que seriam o genitivo e o ablativo. 

No segundo trio de exemplos, podemos observar a tendência de queda desse sistema de declinação em outros pronomes, como o de terceira pessoa do singular. Já não falamos mais “eu o vi”, sendo a forma “eu vi ele” muito mais corriqueira e comum. Ou seja, as declinações de “ele” e “ela”, que seriam as formas “o”, “a” e “lhe” não estão sendo usadas com vigor pelos falantes. Talvez nos próximos séculos, o português venha a se tornar uma língua completamente sem declinações, uma língua puramente analítica, em que só a posição do elemento dirá se este elemento é sujeito ou se é objeto.

Também podemos observar que, embora tenhamos uma forma para sujeito e duas formas para objeto no caso do pronome pessoal de primeira pessoa, não temos essa mesma estrutura para outros potenciais sujeitos e objetos em uma oração. O que há no português são resquícios de declinação, resquícios que afetam apenas alguns dos pronomes pessoais, mas não todos os substantivos, adjetivos, artigos, etc. Ou seja, não temos um sistema de declinações de fato, o que temos são apenas resquícios. Por exemplo, vejamos as seguintes frases:

 

O pai ajudou o filho

O filho ajudou o pai

 

Meu vizinho viu meu pai ontem na rua

Meu pai viu meu vizinho ontem na rua

 

Quando observamos os exemplos acima, concluímos que o português não difere na forma dos substantivos ou dos artigos ou dos possessivos, para mostrar que tal elemento é sujeito e tal elemento é objeto. No primeiro par de frases, usamos a mesma forma “o pai” tanto quando este elemento é o sujeito quanto quando ele é o objeto da oração. No segundo par de frases, a mesma situação: a forma “meu vizinho” é a mesma quando ele é sujeito ou objeto. Só a posição que muda. Quando sujeito, colocamos antes do verbo. Quando objeto, colocamos depois do verbo. O português fixa a ordem Sujeito+Verbo+Objeto por falta de um sistema robusto de declinação. Se houvesse uma forma específica para cada situação, poderíamos ter mais liberdade na posição das palavras. Vejamos como seria o primeiro par de frases em uma língua como o latim clássico:

 

Pater filium juvat

Patrem filius juvat   

 

No latim, quando “pai” está exercendo a função de sujeito, ele fica declinado no nominativo, cuja forma é “pater”. Se for objeto acusativo, passa a ser usada a forma “patrem”. Analogamente, quando “filho” é o sujeito, usamos a forma nominativa “filius”. Se for um objeto acusativo, passamos a usar a forma “filium”. Ou seja, o latim tem um sistema de declinações que obriga o falante a usar formas distintas dos substantivos, possessivos, demonstrativos, adjetivos e pronomes, a depender da função sintática do elemento, se é um sujeito ou se é um objeto. Sendo objeto, é importante analisar qual tipo de objeto se trata. Há também declinações que informam outras relações gramaticais, como o Genitiv que é usado para informar quem é o possuidor em uma relação de posse-possuidor. Vejamos os mesmos exemplos dados em latim em uma língua como o alemão:

 

Der Vater hilft dem Sohn

Der Sohn hilft dem Vater

 

Podemos observar que, nestes exemplos, o alemão só modifica o artigo para transmitir a informação de que se trata de um sujeito ou se trata de um objeto, enquanto o latim declinava o substantivo de fato. Quando sujeito, o substantivo masculino singular “Vater” é precedido pela forma “der”. Quando objeto, neste caso um objeto dativo, passamos a usar a forma “dem”. Se estivesse sendo utilizado como um objeto acusativo, usaríamos a forma “den”. Não declinamos os substantivos “Vater” e “Sohn” no acusativo ou no dativo, declinamos apenas o que acompanha estes substantivos, seja um artigo, um possessivo, um demonstrativo, e por aí vai. Há substantivos em alemão que ainda declinam no acusativo e no dativo singular (como os substantivos da N-Deklination ou os substantivos provenientes de adjetivos). Em algumas declinações, exige-se uma declinação do substantivo também, como no Dativ Plural, em que acrescentamos um “_n” ao final do substantivo que está no dativo plural, ou no Genitiv Singular dos substantivos masculinos e neutros, em que acrescentamos um “_(e)s” ao final do substantivo que está no genitivo. Vejamos mais alguns exemplos:  

 

Mein Nachbar hat gestern meinen Vater auf der Straße gesehen.

Mein Vater hat gestern meinen Nachbarn auf der Straße gesehen.

 

Er hat den Kindern geholfen.

In diesen Autos sitzen wir bequem.

 

Das Vater meines Vaters ist mein Großvater.

Die Straßen dieser Stadt ist dunkel.

 

No primeiro par de exemplos, podemos observar que “mein” é usado quando estamos diante de um sujeito e “meinen” é usado com um objeto acusativo. Também podemos observar que o substantivo “Vater” não declina no acusativo, mas o substantivo “Nachbar” tem uma forma acusativa, já que se trata de um substantivo da N-Deklination. 

No segundo par de exemplos, podemos observar “den Kindern” recebendo um “_n” ao final por estar no dativo plural. Este “_n” não deve ser acrescentado em substantivos cujo plural seja com “_s” como “Autos”, “Kinos”, etc. São poucas palavras em alemão que recebem um plural com “_s”.

No terceiro par de exemplos, podemos observar o genitivo masculino singular “meines Vaters”, com o acréscimo do “_s” ao final do substantivo “Vater” e o genitivo feminino singular “dieser Stadt” sem o “_s” ao final de “Stadt”, já que esta é uma palavra feminina.

Agora que já analisamos alguns exemplos de frases com declinações, incluindo sentenças em português, estamos prontos para responder à seguinte pergunta: qual é o espírito da declinação? De uma forma geral, o espírito da declinação é usar a morfologia nominal, ou seja, formas nominais específicas para informar o interlocutor sobre quem é o sujeito e quem é o objeto da oração, ou seja, quem praticou a ação e quem sofreu a ação. Também podemos usar este sistema para informar relações entre nomes, como a relação de posse-possuidor. Em línguas como o português, a informação sobre quem praticou e quem recebeu a ação está na ordem dos elementos da oração. Fixamos uma ordem Sujeito+Verbo+Objeto e com essa fixação conseguimos transmitir a informação de quem é sujeito e de quem é objeto sem a necessidade de formas distintas nos substantivos, artigos, possessivos, demonstrativos, etc. Para as relações de posse-possuidor, usamos a preposição “de”, como em sentenças do tipo “o carro de meu vizinho quebrou”.

Por outro lado, em línguas declinadas como o alemão, a informação de se um elemento faz ou recebe a ação está na morfologia dos artigos, dos possessivos, dos demonstrativos, etc. e eventualmente também na morfologia dos substantivos. Essa riqueza morfológica do alemão nos dá a liberdade de colocar o sujeito antes ou depois do verbo, pois a informação de que o elemento é sujeito não está na ordem dos elementos na oração, mas sim na própria forma dos artigos, possessivos, demonstrativos, etc. e eventualmente dos substantivos. Vejamos estas sentenças:

 

Der Vater hilft dem Sohn.

Dem Sohn hilft der Vater.

 

As duas frases acima são traduzidas para o português por “o pai ajuda o filho”. Temos a liberdade de colocar “der Vater” tanto antes quanto depois do verbo porque a posição é irrelevante para transmitir essa informação, que é transmitida pelo próprio uso do artigo “der”. Só usamos “der” diante de substantivos masculinos singular que estejam exercendo a função de sujeito, portanto podemos colocar o substantivo precedido por “der” tanto antes quanto depois do verbo que o interlocutor irá entender quem praticou é quem sofreu a ação.

Agora que estamos familiarizados com o espírito da declinação, agora que já sabemos o que é uma declinação e qual a estratégia utilizada pelas línguas que adotam esse sistema para informar quem praticou e quem sofreu a ação, vamos à questão principal deste artigo: quando usar o Dativ e quando usar o Akkusativ?

Primeiramente, precisamos entender quais são elementos da oração que requerem declinação: todos os verbos; todas as preposições; alguns adjetivos; e alguns substantivos. Para cada um desses elementos, precisamos memorizar e aplicar regras específicas. O principal problema ocorre quando não entendemos que existem os elementos que exigem e os elementos que recebem a declinação. Outro problema é imaginar que existem regras que sejam aplicáveis a todos eles. Por último, outro grande problema, talvez o maior de todos, é fazer comparações com o português do tipo o dativo sendo um objeto indireto e o acusativo sendo o objeto direto das línguas que não têm um sistema de declinação.

Como explicamos no início, a comparação entre dativo/acusativo e objeto indireto/direto não se aplica pelo simples fato de o alemão também ter seus objetos indiretos, que as gramáticas de alemão chamam de objetos preposicionados, por serem precedidos por preposição, análogos aos nossos objetos indiretos. O alemão tem 3, talvez 4, tipos de objetos: objeto acusativo; objeto dativo; objeto preposicionado; objeto genitivo (este último usado apenas na literatura formal). Não temos como fazer uma comparação biunívoca entre o alemão e o português pelo simples fato de haver 3 objetos por lá, enquanto temos apenas 2 em português.

Portanto, o aluno e o professor de alemão precisam focar seus esforços em identificar (e depois automatizar) os elementos que pedem declinação e aplicar as regras adequadas para mudar a morfologia dos elementos que recebem a declinação. Quais elementos exigem declinação? Esta deve ser a primeira pergunta. Quais elementos recebem declinação? Esta deve ser a segunda pergunta. Por último, basta aplicar as regras adequadas.

Quais elementos exigem declinação? Verbos; preposições; alguns substantivos; alguns adjetivos. Quais elementos recebem declinação? Artigos, possessivos, demonstrativos, adjetivos (quando estão ao lado do substantivo), alguns substantivos (resquícios de uma época em que o alemão declinava também os substantivos); pronomes pessoais; pronomes relativos; pronomes objeto (welch_; ein_; kein_); pronomes interrogativos (com exceção de wo, wohin e woher).

 

1. Declinações requeridas por verbos

 

As regras que se aplicam para declinação após preposições são distintas das regras que se aplicam para declinação exigida por verbos. Não podemos misturar as regras, sob o risco de criarmos regras que não existem e que não se aplicam à língua naquela situação específica. Seria muito bom se houvesse regras que se aplicassem a todos os elementos que exigem declinação, mas infelizmente isso não ocorre, daí a importância de identificarmos em separado quais elementos exigem declinação e as regras relacionadas a cada um desses elementos. 

Vamos falar primeiramente dos verbos. Os verbos exigem que seu sujeito esteja no Nominativ. O agente, o autor da ação, de um verbo que está na voz ativa, ou seja, nosso sujeito típico deve estar declinado no Nominativ. Para os verbos que são transitivos, ou seja, para os verbos que exigem um complemento, um objeto da ação, temos que observar qual tipo de objeto ele exige. Como saber se um verbo exige um Dativobjekt, um Akkusativobjekt ou um Präpositionalobjekt? Tem como fazer comparações com o português? Como vimos, não é possível, até mesmo por uma questão numérica, mas podemos memorizar e interiorizar regras que sugerem quando um verbo exige um Dativ, um Akkusativ ou um “objeto preposicionado”. Essas regras são semânticas e morfológicas.

Pelas regras semânticas, quando um verbo indicar doação, benefício, prejuízo, amabilidade, hostilidade, comunicação, aproximação, distanciamento, entre outros campos semânticos, este verbo pedirá um Dativ. Quando um verbo indica uma ação do tipo “fazer”, como cozinhar, assar, comer, etc., ou um verbo factitivo como matar, derrubar, afundar, colocar, etc., este verbo exigirá um Akkusativ. 

Pelas regras morfológicas, quando um verbo tiver os prefixos inseparáveis be-, er-, ver-, zer-, durch-, hinter-, über-, unter-, um-, este verbo exigirá um Akkusativ, mesmo quando as regras semânticas indicariam um Dativ, ou seja, as regras morfológicas são superiores hierarquicamente e a elas devemos dar preferência em caso de conflitos entre regras morfológicas e regras semânticas. Por exemplo, o verbo “antworten” exige um Dativ de comunicação quando estamos falando de “responder alguém”, mas o verbo “beantworten” exige um Akkusativ, mesmo que semanticamente seja um verbo de comunicação. Vejamos alguns exemplos:

 

Ich helfe meinem Vater (Dativ de benefício)

Eu ajudo meu pai

 

Ein Dieb hat meinem Nachbarn gestohlen (Dativ de prejuízo)

Um ladrão roubou meu vizinho

 

Der Schüler hat der Lehrerin geantwortet (Dativ de comunicação)

O aluno respondeu a professora

 

Die Polizei ist dem Dieb nachgelaufen (Dativ de aproximação)

A polícia perseguiu o ladrão

 

Hast du den Kuchen gegessen? (Akkusativ de fazer)

Você comeu o bolo?

 

Wer hat den Baum gefällt? (Akkusativ de verbo factitivo)

Quem derrubou a árvore?

 

Os verbos que exigem preposição, ou seja, os que exigem um Präpositionalobjekt devem ser memorizados um a um, sendo o foco da memorização lembrar qual preposição este verbo exige, sobretudo quando o verbo exige uma preposição distinta da do português. Por exemplo, o verbo “duvidar” exige a preposição “de” em português, que seria “von” ou “aus”. Contudo, o verbo “zweifeln” exige a preposição “an”, que seria nosso “em”. Além disso, precisamos saber qual declinação vem depois da preposição, devemos memorizar a fórmula inteira e fechada: neste caso, temos que memorizar a estrutura “zweifeln an jemandem/etwas (dat)” (“duvidar de alguém/algo”). Essa estrutura nos diz que temos que usar o “an” e em seguida aplicar um Dativ. Um erro comum cometido por brasileiros é usar a preposição “von” ou mesmo “aus”, mas muito mais comum tentar usar “von”. Esse erro é completamente previsível, já que utilizamos “de” com o verbo “duvidar”. Vejamos as seguintes frases:

 

Niemand zweifelt an der Kugelgestalt der Erde

Ninguém duvida do formato esférico da terra

 

Ich warte auf dich auf der Straße

Eu espero por você na rua 

 

Sie kümmert sich um ihren kleinen Bruder

Ela cuida de seu irmão pequeno

 

Sie hat nach dir gefragt

Ela perguntou por você

 

Ich habe gestern von meinem Vater geträumt

Eu sonhei com meu pai ontem

 

É interessante para memorização fazer uma lista dos verbos que exigem “an”, dos verbos que exigem “über”, dos verbos que exigem “von”, e assim por diante, e produzir uma frase própria para cada um desses verbos uma vez por semana. Não é necessário fazer uma lista de todos os verbos que exigem cada preposição, que são muitos, apenas dos verbos que exigem uma preposição diferente do português

Os verbos que exigem preposição distinta do português devem ser nosso foco de atenção. Se fizermos esse único exercício semanal, que pode ser feito com frases simples de uma oração apenas, a interiorização dessas estruturas virá muito antes que o esperado. Primeiramente, criamos uma lista de 25 verbos problemáticos. Aos poucos, esses verbos vão deixando de ser problemáticos, aos poucos eles vão saindo da lista e sendo interiorizados. Uma vez a cada 3-4 meses, o aluno precisa renovar aquela lista, tirar os verbos cuja estrutura foi automatizada e incluir novos verbos aprendidos que estão causando problemas.

Como memorizar e interiorizar qual preposição deve ser usada com qual verbo? Para ajudar nesta automatização, tenho recomendado aos meus alunos deixar um espaço em branco no lado esquerdo da lista de verbos problemáticos. Quando não acertamos uma estrutura sem ter que conferir qual preposição é exigida, colocamos um asterisco de lápis. Quando acertarmos, apagamos um asterisco. Devemos repetir este processo toda vez que a lista for estudada, digamos uma vez por semana. Ao fim de 3 meses, se fizermos este exercício uma vez por semana, o ciclo teria sido de 12 vezes, aproximadamente. Ao fim de um ciclo de estudo, já saberemos identificar quais daqueles verbos da lista foram interiorizados e quais não foram. Os que estiverem sem asterisco foram muito provavelmente interiorizados. Quanto mais asterisco houver, mais problemática está sendo a estrutura de determinado verbo. Dou muitas dicas de memorização para os meus alunos, acredito que podemos encurtar o caminho com técnica e metodologia, mas não acredito em milagres do tipo aprender sem esforço. Interiorizar algo relevante exige esforço.

Uma observação relevante é que os verbos que exigem objetos preposicionados ainda têm influência na declinação sobre o objeto, quando a preposição é do tipo que aceita mais de uma declinação. Por isso, precisamos memorizar toda a estrutura, não só o verbo e a preposição exigida, mas também a declinação que deve ser usada após a preposição. Aqui não cabem as regras semânticas que vamos aprender para declinar após preposições em situações em que elas são empregadas em expressões espaciais e temporais. Uma confusão comum é tentar aplicar as regras semânticas que aprendemos quando estamos estudando as declinações após preposições como “über, an, in, auf, hinter, unter, vor, zwischen, etc.”, que são as preposições que aceitam mais de uma declinação.  

Por um lado, quando usamos a preposição “auf” na sentença “Ich warte auf dich”, estamos falando de um objeto preposicionado do verbo “warten”, e temos que memorizar a estrutura toda exigida pelo verbo, que neste caso exige a preposição “auf” seguida de um acusativo. Por outro lado, quando usamos a preposição “auf” em sentenças como “Das Buch liegt auf dem Tisch”, estamos falando de uma expressão espacial, e aqui podemos observar questões como movimento ou estaticidade do verbo, que são pontos analisados quando estamos declinando após preposições. Tentar aplicar estas mesmas regras no primeiro exemplo nos levaria a usar um dativo, afinal de contas o verbo “warten” é um verbo que indica falta de movimento.

 

2. Declinações requeridas por preposições

 

Agora que falamos um pouco das regras semânticas e morfológicas para saber se um verbo pede dativo, acusativo ou objeto preposicionado e também um pouco de dicas de memorização para interiorizar estas estruturas, vamos tratar das preposições. Qual declinação colocar após uma preposição?

Primeiramente, precisamos dividir as preposições em 2 grupos: 1) as que sempre exigem uma declinação específica; 2) as que aceitam um acusativo/dativo a depender da situação. Não temos muito o que pensar sobre as preposições que exigem sempre uma declinação específica. Precisamos listar as que exigem acusativo (gegen, für, um, ohne, entgegen; …), as que exigem dativo (zu, nach, mit, aus, von, …) e as que exigem genitivo (statt, wegen, während, trotz, mangels, …). 

Depois de listadas, precisamos fazer frases com elas até nosso cérebro interiorizar a declinação exigida. Será um processo fácil, que será fortalecido pelo fato de ao lermos ou ouvirmos alemão a declinação usada será sempre a mesma, o que ajuda nos ajuda com a memorização. Como elas sempre pedem a mesma declinação, esse conhecimento pode ser usado até mesmo para ir memorizando os gêneros gramaticais, se o aluno for atento aos estiver lendo ou ouvindo. 

As preposições problemáticas são as que aceitam tanto o acusativo ou o dativo, sob condições específicas: über, neben, unter, vor, hinter, zwischen, an, in, auf, … Quando estamos diante dessas preposições, precisamos nos perguntar duas coisas, nesta ordem: 1) a preposição está encabeçando uma expressão temporal? (se sim, temos que usar dativo); 2) sendo uma expressão espacial, o verbo indica deslocamento ou não? (se indicar deslocamento, usamos acusativo, caso contrário usamos dativo). Vejamos este único exemplo que condensa os três tipos de regra:

 

In diesem Monat gehe ich mit meinem Sohn in den Park

Neste mês eu vou para o parque com meu filho

 

Na expressão “in diesem Monat”, usamos dativo porque a preposição “in” não exige nenhuma declinação específica a todo momento e a expressão é temporal. Embora o verbo indique movimento, a expressão é temporal e o movimento do verbo deve ser observado apenas em expressões espaciais, afinal o movimento se faz no espaço. Na expressão “mit meinem Sohn”, temos um dativo porque a preposição “mit” exige um dativo sempre. Por último, na expressão “in den Park”, temos um acusativo porque a preposição “in” não exige nenhuma declinação específica a todo momento, a expressão não é temporal e, dentro de uma expressão espacial, o verbo indica deslocamento.  

Uma confusão muito comum que leva ao erro em muitas situações é sempre observar o movimento do verbo sem prestar atenção se estamos diante de uma expressão espacial de fato. Não faz sentido observar o movimento do verbo sem ter certeza antes se estamos lidando com uma expressão espacial, já que o movimento se executa justamente no espaço. Pelo menos esta é a lógica da língua. Se surgirem questões como “onde” ou “para onde”, estamos falando de expressões espaciais. Se surgirem questões como “quem/o que”, “por quem/que”, “para quem/o que”, etc., aí nestes casos estamos falando de objetos, e não de expressões espaciais. Por que esta distinção é relevante? Vamos analisar a seguinte frase:

 

Ich warte auf sie

Eu espero por ela

 

O verbo “warten” tem uma semântica estática, de ausência de movimento. Nem por isso podemos colocar um dativo depois do “auf”. Por que isso aconte? Porque não estamos diante de uma expressão espacial. Estamos diante de um objeto preposicionado, a pergunta que surge em nossas mentes é “eu espero por quem? eu espero por ela”. Agora vamos analisar a mesma preposição “auf” sendo usada em outro contexto:

 

Ich warte auf sie auf der Straße

Eu espero por ela na rua

 

Neste último exemplo, a expressão “auf der Straße” indica uma expressão espacial. A pergunta que surge em nossas mentes é “eu espero por ela onde? eu espero por ela na rua”. Agora que estamos diante de uma expressão espacial, só neste caso, devemos analisar a estaticidade do verbo e usar o dativo de “die Straße”, que é “der Straße”. Só depois de termos certeza de que estamos diante de uma expressão espacial, apenas quando surge em nossas mentes uma pergunta do tipo “onde” ou “para onde”, é que devemos analisar o movimento de um verbo ou a falta de movimento.

Como afirmado anteriormente, para os casos dos objetos preposicionados, precisamos memorizar toda a estrutura, não só o verbo e a preposição exigida, mas também a declinação que deve ser usada após a preposição. Como vimos, aqui não são aplicadas as regras semânticas que acabamos de estudar para declinar após preposições em situações em que estas são empregadas dentro de expressões espaciais ou temporais. 

3. Declinações requeridas por substantivos e adjetivos

 

Outros dois elementos que podem exigir uma declinação, embora nem sempre, são os adjetivos e substantivos. Alguns adjetivos e substantivos, assim como verbos, exigem um complemento. Por exemplo, quando usamos o substantivo “medo”, geralmente temos um complemento, temos medo de algo. Isso não ocorre com todo substantivo. Por exemplo, o substantivo “mesa” não exige nenhum complemento. Você pode dizer “ele tem uma mesa”, mas seria esquisito dizer “ele tem medo”, sem nenhum complemento explícito ou ao menos um complemento implícito. O complemento pode estar omitido em português, mas ele pode ser acionado mentalmente, ele está lá, foi apenas uma omissão. A depender do contexto, podemos dizer “ele tem medo”, se sabemos o complemento pelo contexto. Alguns adjetivos também podem exigir complementos, como “ele é fiel à esposa”. Quem é fiel, é fiel a algo/alguém. O adjetivo “fiel” exige a preposição “a” em português, assim como o substantivo “medo” exige “de”. 

No alemão, temos a mesma questão, mas com um agravante: as declinações. O adjetivo pode pedir uma preposição, mas alguns exigem simplesmente um dativo, um acusativo ou um genitivo (este último mais raro), sem nenhuma preposição, assim como um verbo pode pedir um dativo ou um acusativo sem o uso de nenhuma preposição. Vejamos os seguintes exemplos:

 

Er ist aufmerksam auf die Worte des Lehrers (aufmerksam auf + akk)

Ele está atento às palavras do professor

 

Ich bin meiner Frau treu (treu + dat)

Eu sou fiel à minha esposa

 

Der Tisch ist einen Meter lang (lang + akk)

A mesa tem um metro de comprimento 

 

Os exemplos acima mostram como alguns adjetivos podem pedir uma preposição e depois uma declinação ou podem pedir uma declinação e pronto. Para os adjetivos que exigem uma preposição, o foco do aluno deve ser memorizar e interiorizar as estruturas em que a preposição exigida em alemão seja diferente da exigida em português. Para os adjetivos que exigem um dativo/acusativo/genitivo direto, o aluno precisa fazer uma lista e criar frases próprias até interiorizar, mas eles são menos numerosos e não devem causar muitos problemas. Isso também ocorre com substantivos. Vejamos alguns exemplos:

 

Ich habe Angst vor diesem Hund (Angst + vor + dat)

Eu tenho medo desse cachorro

 

Die Einwohner dieses Landes sind freundlich (Einwohner + gen)

Os habitantes deste país são amigáveis

 

Aqui também vale a mesma ressalva que foi feita para o caso dos objetos preposicionados. Quando um substantivo ou um adjetivo exige um complemento preposicionado, se a preposição for do tipo que aceita mais de uma declinação, precisamos prestar atenção na declinação do complemento do substantivo ou do adjetivo. Não podemos, por exemplo, aplicar as regras semânticas de movimento e estaticidade que aprendemos quando estamos estudando as declinações após preposições. Estas regras só podem ser aplicadas quando estas preposições estão empregadas dentro de expressões espaciais ou temporais.

 

4. Declinações em expressões temporais sem preposição

 

Há também expressões temporais sem preposição que exigem acusativo (em algumas expressões, um genitivo). Por exemplo, podemos dizer “in diesem Monat”, usando um dativo, pelas regras vistas acima, mas também podemos dizer “diesen Monat”, sem a preposição “in”, mas agora no acusativo. Expressões como “jeden Tag” poderiam ser ditam como “an jedem Tag(e)”. Ou seja, sem preposições, essas expressões temporais ficam no acusativo. Quando temos uma preposição, colocamos no dativo, exceto se a preposição for do tipo que exige sempre uma declinação específica e esta declinação seja diferente do dativo. Vejamos alguns exemplos:

 

Ich bin letztes Jahr nach Deutschland geflogen

Ich bin im letzten Jahr nach Deutschland geflogen

 

Ich lerne jeden Tag Deutsch

Lerne und tue an jedem Tage etwas Gutes (Sprichwort)

 

5. Observações gerais sobre os elementos que recebem as declinações 

 

Quanto aos elementos que recebem a declinação, que são mais numerosos do que os que exigem, devemos voltar nossos esforços para memorizar as formas das declinações e o gênero gramatical do substantivo empregado como núcleo da expressão declinada. É muito importante que o aluno memorize os gêneros de forma adequada. Esta questão do gênero tem causado problemas mesmo em alunos já intermediários ou mesmo avançados em termos de número de vocabulário. Precisamos utilizar técnicas eficientes para memorizar e interiorizar os gêneros, porque mais cedo ou mais tarde isso será um problema, já que a escolha de qual forma declinada vamos utilizar depende do gênero gramatical do substantivo. 

Não ter este conhecimento termina impactando a utilização da forma correta do possessivo, do demonstrativo, do pronome objeto, do adjetivo, do pronome relativo, e assim por diante. Um problema que aparentemente é pontual se torna global, causando grandes dificuldades para os alunos que deixam de lado essa questão do gênero gramatical. O aluno não pode fugir disso, e o professor deve sempre exigir que o aluno esteja em dia quanto a isso. A temática do gênero gramatical deve ser contínua e deve estar presente direta ou indiretamente em todos os níveis.

Outro ponto relevante diz respeito aos adjetivos. Os adjetivos só são declinados quando são empregados ao lado do substantivo, como um adjunto adnominal. Se estiver sendo empregado como predicativo, sem a presença de um substantivo ao lado, não devemos declinar o adjetivo, devemos usar sua forma primitiva, a que encontramos nos dicionários. Vejamos estes exemplos:

 

Dieses Haus ist gelb

Diese Häuser sind gelb

Dieser Stuhl ist gelb

Diese Stühle sind gelb

Dieses gelbe Haus ist alt

Diese gelben Häuser sind alt

Dieser gelbe Stuhl ist alt

Diese gelben Stühle sind alt

 

Podemos observar que o adjetivo é um elemento declinável, mas apenas quando é empregado ao lado do substantivo. Outro ponto relevante que precisamos prestar atenção é sobre qual modelo de declinação de adjetivos devemos usar. Para isso, precisamos observar qual elemento está sendo usado antes do adjetivo (em nosso exemplo, o pronome demonstrativo “dies_”), este elemento nos dirá qual dos 3 modelos de declinação dos adjetivos devemos usar. 

6. Lista Parcial de Declinações Problemáticas Usadas com Verbos, Adjetivos e Substantivos 

 

Nesta seção, trazemos uma lista parcial das declinações mais problemáticas para um falante nativo do português. Dividimos a lista em quatro partes: 1) verbos requerendo declinações/preposições; 2) adjetivos requerendo declinações/preposições; 3) substantivos requerendo declinações/preposições; 4) expressões fixas com preposições. Em cada parte, trazemos apenas uma lista parcial das estruturas problemáticas para um brasileiro.

O objetivo é que a lista seja customizada para cada público-alvo, já que as dificuldades são também específicas, sempre baseadas na língua nativa do aluno. Para listas mais completas, quem estiver interessado pode se matricular em algum dos cursos da Inner Tree e ter acesso a materiais mais extensos, com mais exemplos e com listas completas dos principais verbos, adjetivos e substantivos problemáticos no que diz respeito à declinação, à preposição escolhida ou à declinação após essas preposições. Bons estudos!

Verbos

  1. helfen jemandem (dat) bei etwas (dat) – ajudar alguém com algo
  2. schaden jemandem (dat) – prejudicar alguém
  3. stehlen jemandem (dat) – roubar alguém
  4. antworten jemandem (dat) – responder (a) alguém
  5. gehören jemandem (dat) – pertencer a alguém
  6. nachlaufen jemandem (dat) – perseguir alguém
  7. folgen jemandem (dat) – seguir alguém
  8. anrufen jemanden (akk) – ligar para alguém
  9. fragen jemanden (akk) – perguntar para alguém
  10. bitten jemanden (akk) um etwas (akk) – pedir algo para alguém
  11. geben jemandem (dat) etwas (akk) – dar algo para alguém
  12. anbieten jemandem (dat) akk (akk) – oferecer algo para alguém
  13. sterben an etwas (dat) – morrer de algo
  14. zweifeln an etwas (dat) – duvidar de algo
  15. sich sorgen um jemanden (akk) – se preocupar com alguém
  16. sich bemühen um etwas (akk) se esforçar por algo
  17. sich wundern über etwas (akk) – se admirar com algo
  18. sich ärgern über jemanden (akk) – se irritar com alguém
  19. gratulieren jemandem (dat) zu etwas (dat) – parabenizar alguém por algo
  20. träumen von jemandem (dat) – sonhar com alguém

Adjetivos

  1. jemandem (dat) treu – fiel a alguém
  2. jemandem (dat) nützlich – útil para alguém
  3. jemandem (dat) möglich – possível para alguém
  4. jemandem (dat) schädlich – prejudicial para alguém
  5. jemandem (dat) dankbar – grato a alguém
  6. jemandem (dat) gehorsam – obediente a alguém
  7. jemandem (dat) wichtig – importante para alguém
  8. jemandem (dat) fremd – estranho para alguém
  9. arm an etwas (dat) – rico em algo
  10. freundlich zu jemandem (dat) – amigável com alguém
  11. stolz auf etwas (akk) – orgulhoso de algo
  12. froh über etwas (akk) – feliz com algo
  13. besorgt um jemanden (akk) – preocupado com alguém
  14. aufmerksam auf etwas (akk) – atento a algo
  15. angewiesen auf etwas (akk) – dependente de algo 

Substantivos

  1. Angst vor jemandem/etwas (dat) – medo de alguém/algo
  2. Ärger über jemanden/etwas (akk) – raiva de alguém/algo
  3. Freude über etwas (akk) – alegria por algo
  4. Traurigkeit über etwas (akk) – tristeza com algo
  5. Unglück über etwas (akk) – azar com algo
  6. Wut auf/über etwas (akk) – raiva de algo
  7. Neid auf etwas (akk) – inveja de algo
  8. Stolz auf etwas (akk) – orgulho de algo
  9. Neugier auf etwas (akk) – curiosidade com algo
  10. Interesse an etwas (dat) – interesse por algo
  11. Reichtum an etwas (dat) – riqueza de algo
  12. Schuld an etwas (dat) – culpa de algo
  13. Wichtigkeit für etwas (akk) – importância de algo
  14. Inhalt von etwas (dat) – conteúdo de algo
  15. Unfreundlichkeit zu etwas (dat) – inimizade com algo

Expressões fixas com preposições

  1. zu Fuß – a pé
  2. zum Beispiel – por exemplo
  3. auf diese Weise – desta maneira
  4. auf Grund von etwas (dat) – por causa de algo
  5. in Bezug auf etwas (akk) – em relação a algo 
  6. durch Zufall – por acaso
  7. meiner Meinung nach – na minha opinião
  8. in Trauer – de luto
  9. im Vorbeigehen – de passagem
  10. im Zweifel – na dúvida
  11. in Kraft – vigente
  12. im Verdacht – sob suspeita
  13. alles in allem – no geral
  14. im günstigsten/schlimmsten Fall – no melhor/pior dos casos
  15. mit Absicht – de propósito

Conclusão

 

Neste artigo, temos algumas informações que são mais voltadas para um aluno intermediário, outras são mais úteis para um aluno iniciante. O objetivo final foi esclarecer o que é uma língua declinada, o que é declinação e como o alemão usa esse sistema, ou seja, quais são os elementos que exigem declinação e quais são os elementos que recebem as declinações. O foco do artigo foram os elementos regentes, os que exigem as declinação. Ao longo do texto, estudamos algumas regras semânticas e morfológicas que podem nos ajudar a “prever” qual declinação devemos usar. Também foram dadas algumas dicas de memorização para interiorizar as estruturas que podem causar dificuldades para um falante nativo de português. 

A pergunta do título foi respondida, o dativo não é nosso objeto indireto e o acusativo não é nosso objeto direto. Não podemos fazer este tipo de comparação pelo simples fato de o alemão ter três tipos de objetos, enquanto o português tem dois. O que devemos fazer é entender o que são as declinações e as regras semânticas e morfológicas de uso para estas declinações. Pode parecer difícil no início, mas em pouco tempo nosso cérebro assimila a lógica por trás da declinação, o que não poderia ser diferente, afinal há muitas línguas declinadas ao redor do mundo e nosso cérebro é capaz de adquirir uma sem problemas. Se podemos adquirir, também podemos aprender. 

Quem tiver interesse por um guia completo e definitivo sobre o sistema de declinações do alemão voltado para os brasileiros, pode procurar meu e-book publicado na Amazon com o título “Declinação em Alemão: Guia Prático e Definitivo para Brasileiros”. Neste livro, além de trazer mais exemplos nas explicações sobre os termos que exigem declinações, incluí também uma discussão detalhada sobre as formas dos termos que recebem as declinações, sobretudo sobre as declinações dos adjetivos. Com muitos exemplos, regras claras, exceções e tabelas de declinações, pretendo com este livro trazer um guia completo que ajude os brasileiros interessados em dominar este tema, que é tão espinhoso para todos nós, mas que infelizmente tem sido tão mal ensinado e estudado.

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